O livro Cem anos de Solidão escrito por Gabriel García Márques, o Gabo, ganhou em 1984 um Nobel pelo conjunto de suas obras literárias. O clássico que até hoje mostra-se relevante - inclusive a Netflix está produzindo uma série sobre a obra, traz em seu enredo a fictícia cidade de Macondo, fundada por José Arcadio Buendía e outros jovens com menos de 30 anos.
Ele tem uma urgência de acontecimentos que torna a leitura ritmada, por hora nos fazendo rir e por outras nos fazendo sentir a dor e tristeza do personagem. Um alerta porque esse texto vai conter spoiler dos grandes, vou contar, inclusive o final do livro, que foi a inspiração para esse paralelo de ideias.
A história carrega várias referências bíblicas, já no início, podemos entender o exílio e a construção de Macondo como Moisés indo com o povo para a Terra Prometida. O dilúvio que dura quase cinco anos, com a jornada de Noé, que atravessa pelo mesmo acontecimento, só que de dentro de sua arca e, o final diretamente ligado ao livro de Apocalipse, que diante de todos os fins cabíveis, resulta na desintegração de Macondo.
Esse fim é visto pelo penúltimo ramo de uma extensa árvore genealógica que tem por nomes: José Arcadio e Aureliano a cada novo nascimento, e faz com que nos confundamos em dados momentos na leitura. Mas o fato é que Aureliano, em sua fase apta a leitura de manuscritos deixados por Melquíades, amigo do fundador de Macondo, José Arcadio Buendía, tem ali, em detalhes, a descrição do que foi o desenrolar de toda a trama.
O livro do Gabo, com sua escrita poética traz sentido para o ciclo da vida que para alguns ultrapassam 100 anos e para outros nem chegam a andar. Revelando a métrica de um tempo que é circular e por assim dizer, não passa, se repete, e ao se repetir, se gasta, até novamente e, finalmente, ser pó.
Conseguinte a todos os horrores que temos vivido, encontramos também na Biblía a revelação de todos esses acontecimentos, que independente da crença ou descrença, nos faz sofrer a todos. Diante dos nossos olhos, nas notícias dos jornais, no feed das redes sociais, todos os dias, as promessas da volta de Jesus tem acontecido.
Assim, como apenas o último Aureliano foi capaz de decifrar tudo que já estava escrito devido a sua perseverança em estudar aqueles manuscritos, também os que ainda não creem, devem se apropriar dessa atitude que independe de religião, mas sim, em observar os fatos e obviedades que nos cercam. Não há surpresa no fim - exceto em ver materializado o que antes críamos, de resto, já está tudo na Bíblia!
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